Um dia tropecei na frase de Louise Bourgeois: "Rouge est la couleur du sang". O vermelho-vivo daquela imagem era tão forte, impressionou-me tanto, que nunca mais me abandonou. Por causa disso, tudo aquilo que penso é vermelho. Há, apesar de tudo, todo um universo de conotações implícitas na declaração de uma evidência tão literal.
As grandes artes só poderiam ter florescido no coração de Itália. A escola veneziana é, naturalmente, o berço de uma poética da luz. A luz de Veneza, esgueirando-se suavmente por entre as vielas, para depois explodir esplendorosa nas praças, só poderia engendrar um universo inteiro de lirismo. Aqui, sentimos falta do som dos nossos passos junto aos canais.