Um céu inclemente assinala a inteira propriedade do verão. Sob um sol abrasador, a cidade arde na pele. Felizmente, por todo o lado, as árvores estendem a sua rede fresca de sombras, proporcionando ao viajante cansado o alívio balsâmico do sussurro da folhagem e os muitos confortos da luz filtrada nos seus interstícios.
Cada árvore é um ser para ser em nós
Para ver uma árvore não basta vê-a
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses
António Ramos Rosa
Friday, July 1, 2011
Madrid, 2011 #2
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